Sintomas e sensações após a transferência embrionária: que indicam?

Publicado em 7 Março 2014|Última atualização em 25 Abril 2023|Aspetos emocionais.|

Após a transferência é normal dar mais atenção ao nosso corpo do que de costume, mas não quer dizer que tudo o que nos acontece tenha um significado.

Uma vez realizada a transferência embrionária, apresenta-se um horizonte de duas semanas de espera antes do teste de gravidez, durante o qual é normal ter uma atenção constante a todas as transformações que se passam no nosso corpo. São dias em que as emoções normalmente são muitas e muito intensas, e a suspeita do mínimo sintoma produz uma certa inquietude: será que quer dizer alguma coisa? Damos-lhe a resposta será dada pela Dra Marta Trullenque, membro da nossa equipa médica

“Antes de mais, é muito importante ter em conta que não existe nenhum sintoma que seja específico de algo”, adverte a Dra. Trullenque. “No entanto, um sangramento abundante e continuado, que sem dúvida podemos identificar como uma menstruação, indicará que a gravidez não foi atingida, o resto dos sintomas não têm um significado claro”, sublinha.

Os sintomas físicos mais comuns após uma transferência embrionária

  • Sangramentos: as pequenas perdas -sempre manchas inferiores a uma menstruação- nos dias posteriores a uma transferência embrionária são normais e vão desaparecendo em dois ou três dias. Devem-se geralmente a canalização através do colo do útero. Não há que ter medo se se dão: são completamente normais.
  • Enjoos, picadas, cólicas ou dor na zona lombar: Estas dores são habituais após transferência embrionária. Na sua maioria devem-se á própria estimulação ovárica feita pela mulher, especialmente em casos de Fertilização em Vitro com óvulos próprios. Também podem aparecer devido á punção folicular ou devido á possível chegada da menstruação. No caso de recetoras de óvulos, os enjoos podem dever-se ao tratamento hormonal.Além de todas estas causas, a ansiedade gerada durante estes dias de espera também podem justificar a sensação de enjoo.
  • Inchaço e endurecimento do peito: trata-se dum sintoma frequente após a administração de hormonas prévias à transferência embrionária, concretamente os estrogénios e a progesterona. Ambas podem causar retenção de líquidos e sensação de inchaço e peso. “Perante este tipo de dores” explica a Dra. Trullenque, “pode-se recorrer a analgésicos como o Paracetamol”. “São seguros e ajudam-nos a sentirmo-nos melhor” acrescenta. Só em caso de um sangramento muito abundante, a aparição de febre (acima dos 38 graus) ou de uma dor persistente que não acalma com analgésicos, se recomenda uma ida ao médico.

Como dormir após uma transferência embrionária?

  • As sensações mais habituais: além dos sintomas físicos, a espera após a transferência embrionária implica também um grande componente emocional. Os próprios nervos, a ansiedade, a insónia ou a sensação de instabilidade causados pelo processo e o seu resultado podem aparecer durante estes dias.
    “Realmente, são 14 dias de espera muito intensos a nível emocional”, assevera a Dra. Trullenque. “Normalmente, aconselhamos as nossas pacientes a manterem a mente ocupada, com uma vida completamente normal, mas sem esforços físicos importantes”, acrescenta. “Devemo-nos lembrar de que se a gravidez se atingisse de forma natural, até o momento de conhecer a gestação a mulher não teria mudado o seu estilo de vida”.

Não é recomendável fazer repouso absoluto, mas sim evitar exercícios intensos e de impacto, como correr ou fazer ginástica. “O mais importante é encontrar atividades que nos distraiam e que nos façam sentir bem”, assegura a Dra. Trullenque.
Em casos de muita inquietude, pode-se recorrer a produtos naturais como a valeriana ou as Flores de Bach para conseguir viver esta espera com maior tranquilidade. “O ideal seria fazer uma vida normal, com energia e um otimismo natural durante os dias após a transferência”, conclui a doutora.

(*) Chamada para rede fixa nacional